É um livro com profundas referências religiosas que aborda o Mal absoluto, as guerras e os erros da civilização ao longo dos séculos.
Numa actualidade manchada pelo espectáculo degradante de exilados, refugiados e imigrantes, ou seja por pessoas em aflição, castigadas pela incapacidade de aprendermos com os erros do passado, Susana Martins coloca-se do outro lado, do avesso das coisas, deixando perpassar a sua explicação do nosso mundo.
No último poema, em que dois generais velhos conversam sem falar, porque não precisam, Susana Martins deixa uma mensagem de esperança, assumindo que o Outro é sempre a negação da solidão e da tristeza.
Como sublinha Guilherme d'Oliveira Martins, no Prefácio, "As Boas Obras" «não são um tratado de edificação. São o viver a vida, o correr os riscos, o assumir das incertezas, e o ser capaz de enterrar as botas na terra húmida como as camponesas do Danúbio…».