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Racismo   O Machado Afiado em Angola

Racismo O Machado Afiado em Angola


Autor: Domingos da Cruz
ISBN:
978-989-8325-62-4
Edição: Julho/2019
Colecção: MAIS ÁFRICA
Editora: RCP Edições

Stock: Disponível
 
Ver mais detalhes:
° Introdução
° Índice
° Sobre o autor
 Formato: Livro em papel
 Páginas: 152
 Encadernação: Capa Mole
 Dimensões: 15x23 cm
 Preço: €15.90

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Embora a genética e a biomedicina tenham demonstrado que não existem raças, há a raça humana, isto não foi o suficiente para que os criminosos racistas abandonassem as suas práticas. Tudo o resto – taxonomia e hierarquização − são construções sociopolíticas e históricas com vista a dominar, a controlar e a manter privilégios. Ainda assim, na vida diária, a realidade confirma que a raça enquanto categoria mental determina se podemos conseguir ou não um emprego, se seremos ou não aceites como namorado/a numa família, se seremos ou não avaliados como competentes ou incompetentes. A nossa herança cromática conta. E influencia muito!

 
 

Do mesmo autor:
- sem edições disponiveis

Da mesma colecção:
- Angola 2021
- Angola 2020
- ver todos

 
 

O problema racial deverá constar na agenda de discussão, entre os angolanos dentro e fora de Angola. Será igualmente valioso a participação no debate, personalidades alheias a nacionalidade angolana.

A questão racial tem raízes históricas fundadas sobre uma “memória apagada”, sobre a evangelização e sobre a colonização. Falar sobre a racialidade na Angola dos nossos dias, pressupões evocar a etiologia da questão, mesmo que não queiramos. A evocação de uma arqueologia histórica do racismo, ajudar‑ nos á a compreender porquê chegamos aqui, e porquê estamos assim neste quesito. Assim em relação a quê? Dir‑ se‑ á adiante!

O núcleo do debate aqui proposto é a operacionalização do racismo hic et nunc. Na Angola de hoje. Temos consciência sobre a sua complexidade, e os corolários vinculados a esta complexidade: por exemplo, as paixões que esta questão desperta; as incompreensões, a confusão no plano epistémico com consequências na relação interpessoal e na narrativa que é vertida para a esfera pública.

Uma análise sobre a questão a que nos propusemos, em virtude da sua complexidade, da sua “intermultidisciplinariedade”, impele‑ -nos a ler as seguintes dimensões da racialidade: sociológica (constitui prioridade para este trabalho), histórica (possui as bases fundantes igualmente sine qua non para compreendermos o estágio em que estamos). Tendo em consideração o contexto, tanto a vertente sociológica quanto a histórica cruzam com inevitáveis fragmentos da dimensão política do problema. A partir daqui o problema é escorregadio. Sai dum plano e torna‑ -se cíclico. Dai a complexidade. No nosso entender, um olhar unidireccional torna‑ -o ininteligível. Só uma análise que vê as partes, mas também o todo, poderá ter uma compreensão mínima e útil sobre o problema racial em Angola.

Um debate plurivocal sobre a questão racial, constitui sinal de responsabilidade e amadurecimento de quem pretende um projecto de nação alicerçado na democracia participativa, que convoca consequentemente a deliberação como condição para a legitimação de qualquer política e opção na condução da nação. Aliás, qualquer debate que se quer sério sobre a construção de uma sociedade aberta em Angola, independentemente da sua proveniência ideológica, deve convocar a questão racial como necessária.

A sociedade angolana está marcada por inúmeros silenciamentos — silêncio sobre a primeira colonização do povo Bantu contra os povos Kung, silêncio sobre o 27 de Maio, silêncio sobre a sexta‑ -feira sangrenta e outros massacres, silêncio referente a personalidades chaves para Angola, silêncio sobre o papel da mulher na construção de Angola como a conhecemos — entre muitos outros silêncios está a questão racial. Nestes silêncios, jogou papel essencial as opções políticas do grupo hegemónico.

Os angolanos que nasceram na era do Estado pós‑ -colonial, mesmo que não tenhamos responsabilidade directa sobre os silêncios em relação a muitas questões importantes, para o nosso amadurecimento enquanto país (ele mesmo resultante de nações em convívio), devemos fazer diferente: “disparar o tiro inicial responsável” (reafirmo: responsável), para a discussão sobre o racismo, dando as boas‑ -vindas às personalidades das gerações anteriores a nossa, que reconhecendo o erro do silêncio que presidiu a sociedade até aqui, desde que estejam abertas para lançar mão a esta empreitada com a sua visão de mundo. Encontros de perspectiva que enriquecerão o debate e o tornarão melhor, certamente.

Não se pretende atribuir a este projecto o status de ser o ponto de partida da discussão sobre o racismo em Angola. O problema se colocou entre aqueles que lutaram para a independência de Angola. Foi amordaçado no estágio embrionário!

Holden Roberto, Barreiras Freitas, Daniel Chipenda, Nito Alves, estão entre aqueles que terão insistido numa narrativa sobre a questão racial em Angola. Sabemos qual foi a sorte deste último. Nem direito ao sepultamento teve. Sua família, desde 1977 não obteve a certidão de óbito. Aqueles que nos precederam, têm o seu mérito. Mas, nós gostaríamos de relançar o debate noutros moldes: queremos relançar uma análise fora da lógica panfletária; pretendemos uma “discussão responsável” dentro de um quadro geral de um projecto de nação que seja democrático. Propomos essencialmente um debate ético, propedêutico, tendo como preocupação central a dignidade das vítimas passadas, presentes e futuras possíveis, para que se possa ter uma sociedade digna das exigências civilizacionais do mundo contemporâneo, no que o quesito ralação inter-racial e multicultural dizem respeito.


 

 

INTRODUÇÃO 7

 

1. RACISMO E NEORRACISMO NA ANGOLA CONTEMPORÂNEA 11

Tempo, cultura política e racismo 11

Racialização da esfera pública angolense 45

Enquadramento legal do problema: No DIDH em África. Hermenêutica Constitucional e normas infraconstitucionais 73

Considerações Finais: Por uma sociedade onde a raça conta 74

 

2. UMA ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DE JOVENS LUANDENSES SOBRE O RACISMO EM ANGOLA 103

Racismo: uma tentativa de definição 105

Racismo e privilégios na sociedade angolana contemporânea 106

Auto‑branqueamento e branqueamento geracional e conjugal 110

O racismo e suas vítimas 114

Considerações Finais 116

 

3. REVISITANDO A ORIGEM DO RACISMO SOB NOVAS BASES EPISTEMOLÓGICAS 119

Racismo epistêmico: o apagamento do negro na construção do conhecimento 121

Revisitando as relações raciais na história 125

Racismo: definição e compreensão 132

Considerações Finais 136

 

REFERÊNCIAS E FONTES 139


 

 

Domingos da Cruz

Domingos da Cruz (n. 1984) é Graduado em Filosofia e Pedagogia pelo Instituto Dom Bosco de Estudos Superiores, em Angola, e Mestre em Ciências Jurídicas pela Universidade Federal da Paraíba, no Brasil. Jornalista, Investigador e Professor, venceu o Prémio Nacional de Direitos Humanos, Ricardo de Melo em 2009. Tem pulicados oito livros e mais de duas centenas de artigos.

Publicou: “Para onde Vai Angola (2008)”, “Quando a guerra é necessária e urgente” (2010), “Liberdade de expressão e de imprensa: implicações éticas na infância (2011)”, “Ética educativa à luz da racionalidade comunicativa (2013)”, “Liberdade de imprensa em Angola: obstáculos e desafios no processo de democratização (2013)”, “África e Direitos Humanos (2014)”, “Ferramenta para destruir o ditador: Filosofia política da libertação para Angola (2015)”, “Angola amordaçada: a imprensa ao serviço do autoritarismo (2016)”.


 
 
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