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Estado Social Real

Estado Social Real


Autor: António Pedro Dores
ISBN:
978-989-8325-65-5
Edição: Agosto/2020
Colecção: MAIS ACTUAL
Editora: RCP Edições

Stock: Disponível
 
Ver mais detalhes:
° Introdução
° Índice
° Sobre o autor
 Formato: Livro em papel
 Páginas: 112
 Encadernação: Capa Mole
 Dimensões: 15x23 cm
 Preço: €13.78

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Acordem! – grita-se.

Em tempos de crise excepcional, o Estado Social real é o estado do tempo da globalização, o sucessor do modelo que fez o progresso nos países mais ricos do mundo até aos anos 70 do século XX.

Tal como ocorreu com a União Soviética e o seu socialismo real, também a Europa e o seu Estado Social real vivem um encanto decadente que paralisa a acção.

Mário Tomé, capitão de Abril e político, sublinha no prefácio: «O falhanço político das esquerdas globais ilustra o que é o Estado Social real: uma idolatria do estilo de vida europeu, incompatível com a saúde do meio ambiente e da mente».

 

 
 
 
 

Após o desaparecimento do pólo soviético da Guerra Fria, em 1989, a democracia confrontou‑se com o discurso único, “não há alternativa”. Paulatinamente, foi incorporada a imaginação de que qualquer possibilidade de uma ordem diferente daquela que está estabelecida é um risco que a humanidade não pode voltar a correr. Foram anunciados o fim da história, o fim das ideologias, o fim das revoluções sociais. A União Europeia (UE) tornou‑se o modelo de integração política de estados do norte, do sul, do leste, em torno do modelo social europeu: o Estado Social economicamente sustentável.

Na sequência de novos arranjos estratégicos regionais entre esta­dos, sob a tutela da superpotência vencedora, emergiu a globalização: após a descolonização, o planeta ficou recoberto por cerca de duas centenas de estados representados na ONU, protótipo de governo mundial ainda marcado pelas cicatrizes da segunda grande guerra, em particular os direitos de veto das grandes potências. Mas a globaliza­ção caracterizou‑se especialmente pela ideologia da auto‑regulação das empresas globais, sobretudo o sistema bancário, organizada na prática por agências internacionais sem mandatos democráticos. Aos estados caberia atrair investimentos, animar o comércio internacional, cuidar dos lixos humanos, ambientais, culturais, e valorizá‑los em concorrência com outros países, manter a ordem interna e colaborar com a ordem internacional.

O estado e centro da construção da democracia moderna, perguntou‑se, está em decadência? A transmissão de competências para cima, para as instâncias internacionais, e para baixo, para os poderes locais, irá esvaziar o estado? Hoje é evidente que os estados continuam a ser importantes centros de poder. A sua instrumenta­lização por estratégias nacionalistas revela energias anteriormente imaginadas ultrapassadas.

(...)

Acordem! – grita‑se.

Este livro é a minha desiludida e modesta contribuição para a esperança que o nosso destino possa ser diferente daquele que parece ser inevitável.

 


 

 

PREFÁCIO 7

 

NOTA DO AUTOR 13

 

A SOCIEDADE PRIMEIRO; A MODERNIZAÇÃO VEIO DEPOIS 21

TEORIAS SOCIAIS COMO IDEOLOGIAS PROFISSIONAIS 27

HAVERÁ TEORIAS SOCIAIS ECOLÓGICAS? 33

DOS REALISMOS OPTIMISTAS E PESSIMISTAS 39

HOBBES E ROUSSEAU, AFINAL, SÃO ALIADOS 53

CIÊNCIA CENTRÍPETA 63

LIÇÕES DE DIREITO E DE BIOLOGIA 69

CIÊNCIA SOCIAL, SOCIEDADE E ESTADO 77

REFLEXIVIDADE E MARGINALIZAÇÃO 93

REDUÇÃO E REIFICAÇÃO 101

ESTADO SOCIAL 105

REFERÊNCIAS 109


 

 

ANTÓNIO PEDRO DORES

Docente do ISCTE desde 1985.

Nasceu em Lisboa em 1956.

Doutorado e agregado em Sociologia em 1996 e 2004,respectivamente.

Investigador do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, CIES. Coordenador dos mestrados Risco, Trauma e Sociedade e também Instituições e Justiça Social, Gestão e Desenvolvimento, no ISCTE. Membro da Associação Contra a Exclusão pelo Desenvolvimento/ACED, http://iscte.pt/~aced/ACED, iniciativa de pessoas reclusas para romperem o cerco que as inibe de exercer os direitos de livre expressão.

Organizador dos livros Prisões na Europa – um debate que apenas começa e Ciências de Emergência, co-autor com António Alte Pinho do livro 'Vozes contra o silêncio – movimentos sociais nas prisões portuguesas'. Autor dos livros de sociologia 'Espírito Proibicionista' (ensaio), 'Espírito de Submissão' (monografia) e 'Sociologia da Instabilidade' (síntese didáctica), onde se abordam temas como as naturezas sociais, os estados-de-espírito sociais, crítica da teoria social.


 
 
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