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Formato: Livro em papel
Páginas: 112
Encadernação: Capa Mole
Dimensões: 15x23 cm
Preço:
€13.78
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Acordem! – grita-se.
Em tempos de crise excepcional, o Estado Social real é o estado do tempo da globalização, o sucessor do modelo que fez o progresso nos países mais ricos do mundo até aos anos 70 do século XX.
Tal como ocorreu com a União Soviética e o seu socialismo real, também a Europa e o seu Estado Social real vivem um encanto decadente que paralisa a acção.
Mário Tomé, capitão de Abril e político, sublinha no prefácio: «O falhanço político das esquerdas globais ilustra o que é o Estado Social real: uma idolatria do estilo de vida europeu, incompatível com a saúde do meio ambiente e da mente».
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Após o desaparecimento do pólo soviético da Guerra Fria, em 1989, a democracia confrontou‑se com o discurso único, “não há alternativa”. Paulatinamente, foi incorporada a imaginação de que qualquer possibilidade de uma ordem diferente daquela que está estabelecida é um risco que a humanidade não pode voltar a correr. Foram anunciados o fim da história, o fim das ideologias, o fim das revoluções sociais. A União Europeia (UE) tornou‑se o modelo de integração política de estados do norte, do sul, do leste, em torno do modelo social europeu: o Estado Social economicamente sustentável.
Na sequência de novos arranjos estratégicos regionais entre estados, sob a tutela da superpotência vencedora, emergiu a globalização: após a descolonização, o planeta ficou recoberto por cerca de duas centenas de estados representados na ONU, protótipo de governo mundial ainda marcado pelas cicatrizes da segunda grande guerra, em particular os direitos de veto das grandes potências. Mas a globalização caracterizou‑se especialmente pela ideologia da auto‑regulação das empresas globais, sobretudo o sistema bancário, organizada na prática por agências internacionais sem mandatos democráticos. Aos estados caberia atrair investimentos, animar o comércio internacional, cuidar dos lixos humanos, ambientais, culturais, e valorizá‑los em concorrência com outros países, manter a ordem interna e colaborar com a ordem internacional.
O estado e centro da construção da democracia moderna, perguntou‑se, está em decadência? A transmissão de competências para cima, para as instâncias internacionais, e para baixo, para os poderes locais, irá esvaziar o estado? Hoje é evidente que os estados continuam a ser importantes centros de poder. A sua instrumentalização por estratégias nacionalistas revela energias anteriormente imaginadas ultrapassadas.
(...)
Acordem! – grita‑se.
Este livro é a minha desiludida e modesta contribuição para a esperança que o nosso destino possa ser diferente daquele que parece ser inevitável.
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PREFÁCIO 7
NOTA DO AUTOR 13
A SOCIEDADE PRIMEIRO; A MODERNIZAÇÃO VEIO DEPOIS 21
TEORIAS SOCIAIS COMO IDEOLOGIAS PROFISSIONAIS 27
HAVERÁ TEORIAS SOCIAIS ECOLÓGICAS? 33
DOS REALISMOS OPTIMISTAS E PESSIMISTAS 39
HOBBES E ROUSSEAU, AFINAL, SÃO ALIADOS 53
CIÊNCIA CENTRÍPETA 63
LIÇÕES DE DIREITO E DE BIOLOGIA 69
CIÊNCIA SOCIAL, SOCIEDADE E ESTADO 77
REFLEXIVIDADE E MARGINALIZAÇÃO 93
REDUÇÃO E REIFICAÇÃO 101
ESTADO SOCIAL 105
REFERÊNCIAS 109
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ANTÓNIO PEDRO DORES
Docente do ISCTE desde 1985.
Nasceu em Lisboa em 1956.
Doutorado e agregado em Sociologia em 1996 e 2004,respectivamente.
Investigador do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, CIES. Coordenador dos mestrados Risco, Trauma e Sociedade e também Instituições e Justiça Social, Gestão e Desenvolvimento, no ISCTE. Membro da Associação Contra a Exclusão pelo Desenvolvimento/ACED, http://iscte.pt/~aced/ACED, iniciativa de pessoas reclusas para romperem o cerco que as inibe de exercer os direitos de livre expressão.
Organizador dos livros Prisões na Europa – um debate que apenas começa e Ciências de Emergência, co-autor com António Alte Pinho do livro 'Vozes contra o silêncio – movimentos sociais nas prisões portuguesas'. Autor dos livros de sociologia 'Espírito Proibicionista' (ensaio), 'Espírito de Submissão' (monografia) e 'Sociologia da Instabilidade' (síntese didáctica), onde se abordam temas como as naturezas sociais, os estados-de-espírito sociais, crítica da teoria social.
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